Obstetrícia e Medicina Fetal
Qual a importância da realização do pré-natal adequado?
A gestação é um momento importante da vida da mulher e deve ser acompanhada por um profissional capacitado, e que tenha formação para conduzi-la de forma ética e profissional. Desta forma, há possibilidade de identificar possíveis anormalidades e intercorrências, bem como fazer orientações básicas sobre cuidados e medidas que tragam bem estar a gestante.
Há um grupo de mulheres, que apresentam patologias pré existentes, como hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo, diabetes mellitus, doenças reumatológicas entre outras, que deveram ser conduzidas de forma cautelosa e multidisciplinar, com manejo do binômio mãe-feto de forma alinhada, desde as orientações básicas até as medidas terapêuticas.
Temos ainda as patologias/intercorrências que podem surgem ao longo da gestação, como a pré eclampsia, eclampsia, síndrome HELLP, sendo que este grupo tem íntima relação com prematuridade, uma vez que, em vários casos, é necessário a interrupção da gestação abaixo de 37 semanas, devido a descontrole pressórico e suas consequências. No Brasil, segundo as últimas estimativas, a incidência desta patologia é de 10% trazendo grande impacto perinatal.
Os pontos abordados acima, fazem parte de um grupo que pode ser conduzido no Pré natal de Alto Risco, que além da abordagem habitual e realização de exames e consultas periódicas, deverá ter um olhar mais pormenorizado, visando identificar fatores de riscos, eventuais intercorrências, para melhor aconselhamento do casal e condução da gestação.
E a medicina fetal, o que avalia?
A Medicina Fetal é uma subespecialidade dentro da Ginecologia/Obstetrícia, que tem os profissionais com competências necessárias para procedimentos preventivos, diagnósticos e/ou terapêuticos, invasivos ou não, durante a gestação frente a complicações materno fetais.
Entre tais procedimentos, destaca-se o aconselhamento genético como o primeiro e mais comumente realizado, baseado no rastreamento de doenças cromossômicas (cromossomopatias), por meio de dados ultrassonográficos e bioquímicos.
Além disto, é possível o diagnóstico de malformações fetais que possam ou não estar associadas a cromossomopatias, com o uso de exames de imagem, notadamente a ultrassonografia morfológica, e até mesmo, quando necessário, ressonância magnética fetal. Diante de dados não invasivos que configurem maior riscos de anormalidades (cálculos de riscos), podemos prosseguir o início de procedimentos invasivos, como as punções de vilo corial (placenta), líquido amniótico (amniocentese) e cordão umbilical para obtenção de amostras fetais destinadas a exames laboratoriais, principalmente do cariótipo fetal.