Cirurgia Vascular e seus avanços
Como é sabido, a especialidade de Angiologia e Cirurgia Vascular cuida, primordialmente, de pacientes com doenças relacionadas aos vasos sanguíneos. Ao longo dos anos, várias técnicas têm sido empregadas para o tratamento destas doenças que, muitas vezes, são relativamente “simples”e comuns, mas, por vezes, são complexas e de grande gravidade e preocupação. Destas últimas, destacamos as doenças que provocam a oclusão dos vasos sanguíneos (aterosclerose e tromboses), e as doenças que também provocam o enfraquecimento do vaso, sendo o resultado, a sua dilatação(aneurismas), que podem se romper e provocar danos graves ou até mesmo o óbito do paciente.
Para estas doenças vasculares graves, algumas ja citadas, a especialidade de Cirurgia Vascular, juntamente com sua subespecialidade, a CIRURGIA ENDOVASCULAR, vem a cada ano, se dispondo de novas técnicas e materias que permitem uma cirurgia mais segura, menos agressiva, e com resultados mais satisfatórios, permitindo inclusive um aumento significativo na sobrevida de pacientes que, num passado não muito distante, provavelmente estariam sem opções de tratamento, ou com tratamento de elevado risco cirúrgico.
A CIRURGIA ENDOVASCULAR, como o próprio nome indica, é a cirurgia por dentro dos vasos. É uma subespecialidade da Cirurgia Vascular que dura mais dois anos na formação médica. Desta forma, é usada para o tratamento das doenças circulatórias - dos vasos sanguíneos, arteriais ou venosos. A maior diferença entre a cirurgia vascular e a endovascular - posto que ambas são indicadas para o tratamento das mesmas enfermidades - é a forma de acesso aos vasos que necessitam de intervenção. A cirurgia vascular usa de incisões que se iniciam na superfície do organismo - na pele - e se prolongam por entre o interior do organismo, onde se localiza o vaso a ser tratado. Já a cirurgia endovascular, alcança o local acometido por punções - penetracão de uma agulha de menos de 3 mm - de artérias ou veias em local superficial.
Através deste pequeno furo na pele, se posicionam cateteres (tubos ocos de material plástico), fios guias (fios de metal ou outros materiais que funcionam como trilhos para os cateteres), balões para dilatação, stents (dispositivos metálicos que são posicionados dentro dos vasos para os manterem com o interior - lúmen - aberto. Desta forma, para se tratar um vaso no abdome ou no tórax, realiza-se a punção com uma agulha de um vaso à distância, usualmente na virilha ou no braço. Deste local, cateteres, balões, stents ou outros dispositivos são levados ao local a ser tratado sobre os fios guias. Todo este trajeto é percorrido dentro dos vasos, com a ajuda de um arco cirurgico, que são aparelhos de raio-x. Estes aparelhos emitem raios-x que são processados e enviados a um monitor em tempo real.
Através destas imagens nos monitores, o médico posiciona os diferentes dispositivos no local a ser tratado. A principal vantagem da cirurgia endovascular é o menor trauma cirúrgico, devido serem desnecessárias as grandes incisões. Desta forma, é possível diminuir o tempo da cirurgia - intervenção, reduzir o tempo de internação, acelerar o tempo de recuperaçao, reduzir os riscos da cirurgia e as complicações inerentes ao ato cirúrgico. Tudo isto favorece um retorno mais rápido às atividades habituais, de lazer e de trabalho. A maioria dos procedimentos são feitos sob anestesia local. Entretanto, outras técnicas anestésicas - como anestesia peridural, raqui-anestesia, sedação ou anestesia geral - podem ser necessárias de acordo com particularidades do caso.